Quando se chora, expõe-se o lado mais destilado de si. Expõe-se a sua carne, a sua aurea. Sua verdadeira face, seus verdadeiros sentimentos. A sua fragilidade. Põe-se abaixo toda aquela camada de concreto que os anos impuseram, todas as barreiras que a própria consciência fez.
Derrubam-se os alicerces, os panos, as máscaros. O clichê mais humano e até o mais animalesco.
Derrubam-se as mentiras, as foratelezas, os falsos passos. E expõe-se o único eu - o ser mais frágil e mais vulnerável de todos, aquele que se apega a qualquer palavra de esperança ou a qualquer sorriso torto e mal feito. Qualquer ato de bondade camuflado, qualquer resquício de sinceridade.
Então, ao se chorar, deve-se saber como fazê-lo.
Derramar lágrimas sem corroer o reboque e conseguir discernir as verdadeiras palavras, os verdadeiros gestos.
Saiba como chorar.
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