Desculpe entrar na sua vida justo no único momento em que ela não se encontrava mais. No meio do corredor, atravessando às pressas e sem atenção, enquanto você - ou o que você nos deixou - me cortou a passagem e me fez parar.
Desculpe saber de sua existência quando o contrário se tornou verdade.
Desculpe, Amanda, não ter conhecido um pouco sobre a sua idade, suas vontades e acerca do que te afligia. Mas você, o seu corpo já coberto pelo pano branco, com médicos às pressas de te levarem daqui, me fez parar e respirar: o efêmero desapegar-se-á do material em um piscar de olhos.
Desculpe.
CTI Pediátrica
16 de junho de 2016