29 de janeiro de 2015

Eu sabia que ela gostava de mim.
Sabia porque ela segurava minha mão tão rápido quando assistia aos filmes românticos que me distraia. Seus dedos longos cingiam a minha palma com tanta delicadeza que sentia ali, pelo leve movimento circular de seu dedão, que ela gostava de mim.

Sabia porque ela se emocionava. Muito. Quando qualquer casal perto de nós fizesse qualquer gesto de carinho - e imediatamente meus olhos buscavam os dela só para vê-los marejados e seu sorriso expandir e, invariavelmente, eles estavam me encarando com um brilho especial. Ali eu sabia que ela gostava de mim.

E também tinha o fato de ela saber de cor cada gosto meu e ter uma criatividade infindável para me apresentar cada coisa de uma maneira nova, com o mesmo sorriso, com o mesmo olhar fulgurante, com a mesma mania de me dizer, instintivamente, que gostava de mim.


19 de janeiro de 2015