29 de maio de 2014

Adorando sem terminar.

... e você vai partir de novo. Sei que vai. Algo em mim não te prende por tempo suficiente para chegarmos ao ponto de precisarmos, em mesma instância, um do outro. A única constante da nossa condição sou eu lutando por um espaço em você. Ironia seja dita, o seu espaço está muito bem guardado em mim e ninguém há de se ocupar dele em outro momento. Demorei horas a fio para traçá-lo com cada sorriso que é seu e me deu sem pedir nada em troca. Ingenuidades à parte, deixe ao menos isso comigo quando for embora; deixe-me então com a sua mágoa, me abraçar e me envolver e ter-me envolto pela sua ausência. Deixe-me transbordar em saudade dentro do vazio que já está aqui, nadar, pular até que eu me canse - e promete uma coisa: volte quando então se cansar de lá; talvez o vazio seu aqui já esteja maior do que aquele ao seu molde, mas tenho certeza de que vai se encaixar perfeitamente a sua presença. Eu sei. Moldo tudo ao redor para encaixar você nesse mundo. Desculpa apenas por uma coisa, por não poder te encaixar na sua vida.

Mas volte."

24 de maio de 2014

ser
por ter
sem querer

bvollet

23 de maio de 2014

então, Vida, como será?

Estado de dormência
incumbida naquele ato
em que se nasceu.
De se ser então
aos olhos dos de fora
porque já se era
(ou seria apenas é?)
num correr dito linear
de todos os estados
do verbo ser.
Mas dizia-se sobre a dormência
porque assim se precisa estar
- permanecendo apenas numa única
condição do "estar".
Se está dormente para
no fim
dormir-se.